Antropologias em tempos de pandemia ou a importância de estarmos juntos...

Antropologia em tempos de pandemia ou a importância de estarmos juntos... ambas as frases poderiam ser o título desta postagem. Na verdade, a tarefa fundamental da antropologia na sua dimensão etnográfica, ensinam os manuais mais elementares é a criação do encontro e o estabelecimento da relação. A troca, a partilha, a empatia, a interacção, a observação, a vivência, a experiência, a colaboração, são tantos outros tropos para pensar a imersão etnográfica. Decidi desafiar os nossos doutorandos e as nossas doutorandas em Antropologia no ISCTE a construirem aqui um espaço de reflexão e diálogo sobre o presente momento. Como é que o fazer antropológico se constrói, se reformula, se reorganiza quando vivemos em estado de emergência, em condição de excepção, em quarentena epidemológica? Como pensamos o nosso ofício, a nossa prática de investigação, a nossa interacção no trabalho de campo, o registo de dados, a recolha de informação, a produção de conhecimento, a sua difusão quando enfrentamos a clausura voluntária ou forçada, a restrição da circulação ou o recolhimento doméstico? 
Como habitamos este novo tempo, estes novos espaços? O desafio lançado aos estudantes e às estudantes foi o de trazerem os seus diários de campo, os relatos das suas pesquisas etnográficas, a imaginação antropológica dos seus devaneios de investigação para estas páginas virtuais...

Assim, nesta rua vazia, sem rostos nem corpos, tentaremos povoá-la de sons, sonhos e sentidos que talvez ainda não tenhamos nome para os nomear...fantasmagorias do presente etnográfico em tempo de COVID 19. 
  

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