(Para) Lá d(n)o ecrã despoleta a Primavera
Sentada à secretária, vou levantando os olhos do ecrã e olhando para as plantas no parapeito da janela. As orquídeas estão a crescer saudáveis. A cada dia noto que, numa delas, os botões que darão flor estão cada vez maiores. A mais recente, que para aqui veio em flor, já as perde, mas tem novos botões a crescer. Uma não sabe se morre, se continua a sua jornada. O pé de bambu está vistoso, com novas folhas a crescerem mesmo dentro do frasco. Decidi que o vou deixar estar. Ele lá sabe o que está a fazer. De qualquer forma, tem uma bruxa a guardá-lo. As suculentas estão felizes a crescer. Mas essas, com um pouco de água e um lugar quente, estão felizes. Olho para lá destas companheiras, as testemunhas que há algum tempo me acompanham nas lutas diárias – e que são as primeiras a se ressentir nos momentos em que estou demasiado fechada em mim e não as rego o suficiente – mesmo antes do isolamento a que fomos obrigadas/os. Têm uma companhia recente: um arco-íris que a minha sobrinha p